sábado, 24 de julho de 2010

domingo, 18 de julho de 2010

Abstinência

Na segunda eu começo um tratamento. Planejei começar no domingo, mas mudei de idéia. Segundo a minha médica não poderei beber álcool durante sete meses e meio. Na verdade ela me disse: "Tu pode beber um cálice de vinho por semana". É, um cálice de vinho por semana. Não posso negar que isso me apavora um pouco. E apavora a Dona Beatriz também. Para quem não sabe, Dona Beatriz é minha mãe. O que apavora ela é meu apavoramento.
Tentei fazer uma lista de pontos positivos e negativos desse período de abstinência. Só que fiquei em dúvida sobre alguns pontos. Não sei se os classificava em positivos ou negativos. Resolvi fazer uma lista só. Cada um que tire suas conclusões.
- Serei o cara mais requisitado para ir as festas. Carona de um cara sóbrio sempre é vantagem.
- Mulheres bêbadas serão sempre mulheres bêbadas, chatas. Não será uma vantagem.
- As mulheres feias continuarão feias. Não passarão ao nível "simpática". Continuarão feias.
- Se eu pegar uma mulher feia na balada será opção minha, não culpa do álcool.
- Festas animadas correm o risco de serem chatas para mim. Animada só para os outros.
- Caso leve um fora, terei que afogar as mágoas na base da Coca-Cola. Ou água.
- Festas Open Bar não irão ser vantagem para mim. Água eu bebo em casa.
- Se eu brochar terei que usar a desculpa do stress. Muito cedo para usar a idade como justificativa.
- Se eu falar algo que magoe alguém, é porque eu fui sincero. Dizer que estava bêbado não vai adiantar.
- A polícia e os azuizinhos podem me parar. Vou passar fácil no teste do bafometro.
- Não terei ressaca durante esse período.
- Não vou precisar comprar Engov.
- Vou ver a vida como ela realmente é. Isso me assusta.
- Vou ser o cara mais chato do mundo. Azar de quem conviver comigo.
- Meu aniversário, Natal, Ano-Novo e Carnaval. Datas que passarão e eu estarei sóbrio.
Boa sorte aos que convivem comigo. Serão sete meses e meio com o cara mais travado da face da terra. Ah, e se alguém não gostou desse post, desculpa, eu escrevi bêbado. Culpa do álcool.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

É...

(...)

My life is falling to pieces
Somebody put me together

(...)

domingo, 11 de julho de 2010

Ãhan?

Existe uma crença entre nós brasileiros que é muito fácil entender as pessoas que falam espanhol. Bom, eu não concordo. Eu tenho uma dificuldade tremenda com pessoas que falam espanhol. Já viajei para Argentina, Uruguai e Peru. Conheço mexicanos, colombianos, espanhóis e venezuelanos. Sempre me esforcei ao máximo para entendê-los, mas com pouco sucesso. Muitas vezes usei o inglês na tentativa de conseguir me comunicar.

Quando morei nos EUA e em outras viagens pelo mundo eu muito usei a tática da "cara de bobão que concorda". É uma arma muito simples, mas com alguns riscos. Só que para mim sempre funcionou. Em momentos que eu não entendia o que a outra pessoa falava, eu dizia que não havia entendido. A pessoa repetia, se eu continuava não entendo, abria um sorriso (cara de bobão) e concordava. Nunca me dei mal.

Até que fui para o Peru. No meu primeiro dia em Lima já pude perceber que minha relação com a língua espanhola seria complicada. Em três momentos distintos vi que as pessoas riam da minha cara. Eu perguntava algo, o peruano respondia, eu retrucava dizendo que não tinha entendido e na mesma hora o cidadão virava para alguém do lado, falava alguma coisa e os dois caíam na gargalhada. Daí pensei em usar minha arma secreta.

Fui até uma cafeteria. Fiz meu pedido. O atendente perguntou algo que não compreendi. Fiz a cara de bobão. Ele me olhou assustado. Eu fiquei assustado. Veio o meu pedido. Tudo certo, sem nenhum problema. Fiquei aliviado. A tática deu certo mais uma vez. Isso foi o que eu achava. Quando veio minha conta do cartão de crédito descobri que parcelei em duas vezes um expresso, um sanduíche de presunto e uma água sem gás. Totalmente desnecessário.

No vôo de Lima para Puno eu tive um sonho. Algo beirando a pesadelo. Sonhei que chegava ao hotel em Puno. Na recepção comecei um diálogo com a atendente:
- Bom dia, eu tenho uma reserva em meu nome.
- Su pasaporte, por favor.
- Aqui está.
- Bueno señor Rafael, sus llaves. El desayuno es de 6 horas hasta 10 horas. ¿Quieres (e fala algo que não entendi).
- (Cara de bobão)
- Perfecto.
São 6 horas da manhã e estou dormindo tranquilamente quando derepente sou acordado ao som de Humahuaqueño Carnavalito. Levo um susto. Pulo da cama. Ao tentar entender a situação vejo três peruanos vestidos em roupas típicas coloridas, com seus instrumentos e tocando a canção. Ao lado deles, um lhama mastiga algo que parece ser o que restou do meu casaco.
- Mas que merda é essa?
-
Somos la banda municipal de Puno. Estamos llamados a hacer el "Despertar típicas del lago Titicaca."
- Ãhan?! Mas quem pediu isso?
- Déjame ver. Usted es el señor Rafael?
- Sim, sou eu!
A lhama começa a mastigar minha mochila.
- Usted contrató los servicios de nuestro ayer al llegar al hotel. Aquí está firmado.

Nesse momento acordo e fico feliz em ver que estou dentro do avião. Que tudo não passou de um sonho. Ou um aviso. A partir daquele dia nunca mais usei a "cara de bobão".

sábado, 10 de julho de 2010

Check Up

Depois de alguns anos fiz um check up geral.
Acho que meus exames nunca tiveram resultados tão bom.
Colesterol, glicose e outras coisas tudo dentro do normal.

Logo, o que eu estou sentindo não é físico.